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penso na morte
mas sei que continuarei vivo no epicentro das flores
no abdómen ensanguentado doutros-corpos-meus
na concha húmida de tua boca em cima dos números mágicos
anunciando o ciclo das águas e o estado do tempo
a memória dos dias reside no olhar dum retrato
continuo só
e sinto o peso do sorriso que não me cabe no rosto
improviso um voo de alma sem rumo mas nada me consola
é imprevista a metereologia das paixões
pássaros minerais afastam-se suspensos
vislumbro um corpo de chuva cintilando na areia
até que tudo se perde na sombra da noite... além
junto à salgada pele de longínquos ventos
[...]
12
nada... incessantemente nada
nem mesmo a infelicidade
desenhar um quarto à medida da ausência
de nossos corpos apagar as luzes e a paisagem
fechar as janelas as portas as frestas
abrir as mãos os olhos e talvez o gás
esperar... esperar
penso na morte
mas sei que continuarei vivo no epicentro das flores
no abdómen ensanguentado doutros-corpos-meus
na concha húmida de tua boca em cima dos números mágicos
anunciando o ciclo das águas e o estado do tempo
a memória dos dias reside no olhar dum retrato
continuo só
e sinto o peso do sorriso que não me cabe no rosto
improviso um voo de alma sem rumo mas nada me consola
é imprevista a metereologia das paixões
pássaros minerais afastam-se suspensos
vislumbro um corpo de chuva cintilando na areia
até que tudo se perde na sombra da noite... além
junto à salgada pele de longínquos ventos
[...]
12
nada... incessantemente nada
nem mesmo a infelicidade
desenhar um quarto à medida da ausência
de nossos corpos apagar as luzes e a paisagem
fechar as janelas as portas as frestas
abrir as mãos os olhos e talvez o gás
esperar... esperar
Al Berto in doze moradas de silêncio.
Picture by Aurélia de Sousa, Auto-retrato, c. 1900.
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