sexta-feira, 25 de dezembro de 2009


O amor é viver na imaginação de alguém.

Michelangelo Antonioni, 1996.
picture from Persona, Ingmar Bergman, 1966.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009


Claire: What have you been up to?
Russell: Not much.
Making bad art.
Saying stupid things.
Continuing implementation of my master plan to be completely forgotten when I'm gone and totally forgettable while I'm here.


in Six Feet Under, season 4, episode 1: "Falling into Place".
Picture by Richard Avedon, Brigite Bardot (penteado de Alexandre - Paris Studio), Janeiro 1959.

sábado, 5 de dezembro de 2009


Brenda: You know what I think?
Nate: About what?
Brenda: I don't know... life!
Nate: What?
Brenda: Think it's all about timming.
I think timming is everything.

in Six Feet Under, season 3 episode 7: "Timming & Space".
Picture by Ana Tomás.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009



teço a ausência de um corpo que me é absolutamente necessário.

Al Berto in auto-retrato com revólver.
Picture by Ana Tomás.

[...] uma sociedade degradada inventou a psiquiatria para se defender das investigações de certa lucidez superior cujas faculdades de adivinhação a incomodam.
[...] Não, van Gogh não era doido mas as suas pinturas eram fogos de guerra, bombas atómicas com um ângulo de visão que ao lado das restantes pinturas que seiviciavam na época foi capaz de perturbar gravemente o conformismo [...]
E isso de alienado autêntico o que é?
É um homem que preferiu ficar doido, no sentido em que o entendemos socialmente, a rejeitar uma certa ideia superior de honra humana.
Por isso a sociedade mandou estrangular nos manicómios dela todos aqueles de quem quis livrar-se ou defender-se, por recusarem ser cúmplices, com ela, de certas e altíssimas indecências.
Porque o alienado também é um homem que a sociedade não quis ouvir e pretendeu impedir de dizer insuportáveis verdades.


Antonin Artaud in Van Gogh o Suicidado da Sociedade.
Painting by Barnett Newman, The Way II, 1969.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009



1

penso na morte
mas sei que continuarei vivo no epicentro das flores
no abdómen ensanguentado doutros-corpos-meus
na concha húmida de tua boca em cima dos números mágicos
anunciando o ciclo das águas e o estado do tempo

a memória dos dias reside no olhar dum retrato
continuo só
e sinto o peso do sorriso que não me cabe no rosto
improviso um voo de alma sem rumo mas nada me consola

é imprevista a metereologia das paixões
pássaros minerais afastam-se suspensos
vislumbro um corpo de chuva cintilando na areia

até que tudo se perde na sombra da noite... além
junto à salgada pele de longínquos ventos

[...]

12

nada... incessantemente nada
nem mesmo a infelicidade

desenhar um quarto à medida da ausência
de nossos corpos apagar as luzes e a paisagem
fechar as janelas as portas as frestas
abrir as mãos os olhos e talvez o gás
esperar... esperar



Al Berto in doze moradas de silêncio.
Picture by Aurélia de Sousa, Auto-retrato, c. 1900.

sábado, 29 de agosto de 2009



[...] O sexo não pode medrar na monotonia. Sem invenções, humores, sentimentos, não há surpresa na cama. O sexo deve ter à mistura lágrimas, riso, palavras, promessas, cenas, ciúme, inveja, todos os condimentos do medo, viagens ao estrangeiro, novas caras, romances, histórias, sonhos, fantasias, música, dança, ópio, vinho.

Anaïs Nin, Dezemnbro 1941.
Picture from Jean-Luc Godard's Le Mépris.

sábado, 11 de abril de 2009


[...] Para quê estafar-se a trepar os cumes mais altos e a deixar que o fogo a consumisse? Bom, mas que importância tinha isso? O fogo que a consimisse, que a reduzisse a cinzas!



Virginia Wolf in Mrs. Dalloway.
Picture by Annie Leibovitz, 1978.

terça-feira, 31 de março de 2009


[...]
no amplo rumor
de celestes ressonâncias
sou tua irmã-irmão

corda tensa



Orfeu em queda livre







Ana Hatherly in Rilkeana
Picture by Ana Tomás

terça-feira, 27 de janeiro de 2009



O que se vê não se vê realmente
o que se sente
a si mesmo se ultrapassa



Ana Hatherly in Rilkeana, VII - Mit alle Augen sieth die Kreatur das Offene.
Art by Marcel Duchamp, Etant donnés: 1º la chute d'eau, 2º le gas d'éclairage, 1946-66.


[...]
Entrevendo o fulgor do êxtase
percorre o rio do sangue
conhece os horrores da guerra íntima
toda vermelha e crua
fértil em rupturas
incessante nos ataques
[...]


Ana Hatherly in Rilkeana, III - Eines ist, die Geliebte zu singen.
Painting by Francis Bacon, Two Figures, 1963.